O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes e, obviamente, o fato de ter uma grande população faz com que a geração de resíduos sólidos seja elevada. Desse modo, é de extrema importância que o país conte com apoios políticos, econômicos e tecnológicos para que essa gestão seja eficiente.
Esse apoio se faz necessário porque por mais que o Brasil apresente recursos para realizar a separação, o descarte e a reciclagem, ainda muitas cidades enfrentam vários desafios para que todo esse processo seja feito de forma eficiente.
Para um melhor entendimento, a seguir será possível entender um pouco mais sobre esses desafios, assim como dados numéricos que mostram o quanto o Brasil precisa agir com urgência para solucionar essas questões complexas e que atrapalham os processos de gestão.
O que é RSU?
Em primeiro lugar, é preciso saber que segundo a ABNT NBR 10004, os resíduos sólidos e semi-sólidos são aqueles que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Em concordância à definição acima, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada em 2010, complementa dizendo que o RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) são todos os materiais, substâncias, objetos ou então bens descartados que possuem como origem as atividades da sociedade. Esses resíduos, diferentemente dos rejeitos, não podem ser reaproveitados e, por isso, é necessário que o descarte seja feito da maneira correta.
Para exemplificar, veja uma lista com exemplos de RSU:
Matéria orgânica: restos de comida;
Papel e papelão: jornais, revistas, caixas e embalagens;
Plásticos: garrafas, garrafões, frascos, embalagens;
Vidro: garrafas, frascos, copos;
Metais: latas;
Outros: roupas, óleos de motor, resíduos de eletrodomésticos.
Percebe-se então que os tipos de materiais gerados são de origens distintas, por isso, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) faz a classificação de cada tipo, sendo eles:
A. Resíduos classe I – Perigosos;
B. Resíduos classe II – Não perigosos:
B1. Resíduos classe II A – Não inertes;
B2. Resíduos classe II B – Inertes.
A partir dessas informações, as empresas passam a identificar o tipo de resíduo gerado e então fazem a coleta, separação e descarte nos locais corretos.
Por que eles são um problema para a gestão de resíduos sólidos no Brasil?
O maior problema do RSU é que muitas cidades brasileiras estão apresentando um aumento expressivo na geração desses tipos de resíduos. A ineficiência ou inexistência das práticas corretas de descarte e o alto custo de armazenagem fazem com que eles acabem sendo deixados de lado. Isso ocasiona um acúmulo, gerando sérios problemas ambientais e também de saúde pública.
Para se ter uma ideia, este acúmulo está sendo um dos principais fatores da contaminação do solo que, consequentemente, atrapalha o curso da água dos lençóis freáticos, além de causar o aumento dos casos de dengue, leptospirose, leishmaniose e esquistossomose.
O último relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostrou que o Brasil, em uma soma das cidades brasileiras, gerou cerca de 79 milhões de toneladas de RSU. Por mais que a coleta tenha sido de 92%, apenas 59,5% foram destinados para aterros sanitários.
O restante foi destinado para locais incorretos, como lixões ou aterros que não estão dentro dos padrões normativos. Como consequência, tem-se o aumento dos danos ambientais e das doenças provenientes dessa gestão inadequada.
Como falado, a solução seria o uso de tecnologias para que a PNRS seja cumprida, mas a realidade é que mesmo disponíveis, o alto custo e a falta de integração do RSU é visto como um dos principais motivos do Brasil apresentar os dados apresentados.
Exemplos de tecnologias para o gerenciamento de resíduos
Jorge Alberto Soares Tenório, pesquisador do Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Extração da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), afirma que cerca de 90% das tecnologias existentes no mundo estão disponíveis para o Brasil, mas, como explicado, o alto custo ainda é um impeditivo.
Para conhecer um pouco mais sobre essas tecnologias, veja a seguir uma lista com algumas delas:
Sistema de informação geográfica (SIG)
Tecnologia que realiza todo o gerenciamento do ciclo de resíduos, da coleta, do aterro ou então da central de reciclagem e tratamento.
Caixas multicompartimentos
São caixas que possuem compartimentos para separar os diferentes tipos de resíduos (orgânicos e recicláveis), segregando-os até o destino final.
Biodegradação de plásticos
Esta é uma ótima forma de degradar, fisicamente, os plásticos em até 90%, ajudando assim a evitar a contaminação do solo por meio do controle dos componentes químicos que estão presentes no material.
Fluffling
O Fluffling separa e esteriliza os resíduos sólidos, processando também a porção orgânica. Esse processo faz com que seja formado uma polpa, também chamada de fluff, e então os trituradores fazem a diminuição do metal, papel ou vidro.
Pirólise
Ela é capaz de realizar a degradação térmica dos materiais na ausência do oxigênio, convertendo os resíduos sólidos em combustíveis líquidos ou gasosos. O interessante é que esses resultados podem ser utilizados em motores a vapor.
Considerações finais
Foi possível perceber que o Brasil ainda tem um longo caminho a ser percorrido até que as políticas, leis ambientais e o uso de tecnologias atuem a favor da gestão correta de resíduos.
Em todo caso, o primeiro passo é que seja feita uma maior fiscalização e também uma destinação correta de verbas para que as cidades consigam usufruir das tecnologias disponíveis no país.
A Alugalogo ajuda o processo fazendo a conexão entre construtoras e empresas de aluguel de caçamba que são licenciadas. Dessa forma, o lixo ou entulho recolhido passa a ser coletado, separado e destinado para os locais estipulados pelas prefeituras locais.
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